sábado, 29 de janeiro de 2011

O futuro dos videogame portáteis está no banheiro

PSP2 ou NGP - videogame para banheiro?
Finalmente eu criei uma conta na App Store argentina (malandramente) e comprei (legalmente) o jogo Street Fighter IV para o iOS. Fui rendido pelas várias opiniões que colhi sobre o game e sua jogabilidade na tela sensível ao toque do iPhone - e comprovei, é realmente muito eficaz. Os golpes não entram 100% do tempo, mas confesso que isso não ocorre nem mesmo em um joystick normal de console.

Outro jogo muito elogiado recentemente é o Dead Space para iOS, com controles intuitivos e eficazes no touchscreen. Isso sem contar, é claro, todos os games casuais como Angry Birds que utilizam como ninguém os recursos de smartphones sem botões.

O que me leva a uma questão: o futuro dos portatéis. A Nintendo está para lançar o 3DS em março nos Estados Unidos, enquanto o PSP2 (NGP é apenas um codinome idiota que a Sony deu para o miniconsole e eu me recuso a falar dele informalmente dessa forma) deverá ser lançado no Japão no final do ano. Este último, equipado com todos os recursos e capacidades imagináveis para um portátil - menos o 3D, por enquanto. Mas será isso mesmo que adultos e crianças estarão jogando em 2012?

A questão é bem simples. Eu ando com meu celular em tudo que é canto. Meu PSP fica confinado em casa, para uso ocasional enquanto estou deitado (ou no banheiro, é claro). Jogos para o iPhone custam no máximo US$ 10 (cerca de R$ 17). Para PSP, se for original, não menos do que R$ 100. Mesmo lá fora, é caro também, custando ao menos o dobro dos mais caros para o iOS. Dead Space mesmo está por US$ 6 na App Store, e não é exatamente um game casual.

Sem contar que os títulos para PSP2 terão alto custo de produção, já que serão semelhantes aos do PS3. Não se engane: esse valor será repassado ao consumidor, sem dúvida. Com o tempo o preço irá cair, mas eu não creio que a Sony possa se dar ao luxo de esperar para ver a App Store crescer ainda mais.

Claro, uma iniciativa correta é o PlayStation Suite, que vai emular jogos do PSX para os smartphones Android (e para o próprio PSP2) e, quem sabe, até jogos do PSP. Mas quando isso chegar, o iPhone 5 e iPad 2 já deverão ter sido lançados e vamos ver um salto ainda maior em termos de complexidade de jogos para o iOS - Infinity Blade, que utiliza a Unreal Engine 3 (mesma do Gears of War para Xbox 360) já prova isso.



Ah, o Nintendo 3DS também não vai escapar disso. Primeiro, o efeito 3D cansa - não por enjoar, mas por deixar os olhos cansados mesmo (experimente ficar vesgo por mais do que cinco minutos). Outra: não imagino o desconforto que deva ser utilizar os gráficos tridimensionais em um ônibus, carro ou mesmo metrô com muito sacolejo. Sem contar alguns problemas semelhantes ao do PSP2: custo de desenvolvimento de jogos, preço dos títulos em relação aos praticados na App Store, necessidade de carregar mais um aparelho na bolsa... A lista pode crescer com o tempo.

Pegando emprestado uma expressão que ouvi no podcast do site norte-americano Joystiq, acho que o Nintendo 3DS e o PSP2 virarão miniconsoles de luxo que serão "a maior diversão possível para a hora do banheiro". Pelo menos até descobrirem que dá para acessar sites de vídeo pornô no iPhone.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A padroeira dos HiPhones


Engraçado, há um movimento de comerciantes paulistanos que estão contra obras da prefeitura na região da Luz e imediações para uma revitalização. Alheios ao crescente consumo de crack na área, eles estão preocupados mesmo é como isso irá afetar a Rua Santa Ifigênia, conhecido reduto de venda de eletrônicos em São Paulo e padroeira dos HiPhones. Vou explicar o porquê de eu achar isso engraçado.

É fato que a grande maioria das mercadorias lá vendidas é contrabandeada ou simplesmente pirata. Ou seja: muitos sequer pagam impostos devidos por conta dos produtos, apenas as taxas referentes aos estabelecimentos (aluguel, água, luz, condomínio, taxa-traficante, essas coisas). Muita gente acha isso ótimo, pois pode comprar equipamentos eletrônicos a preços baixíssimos. Bom, mas aí que pega uma coisa.

Segundo dados levantados pela Nokia, um em cada cinco aparelhos celulares vendidos no mundo é o popular "falsiê" (ou seja, um clone, uma versão pirata de um aparelho real). Também conhecidos lá fora como KIRF ("keepin' it real fake"), essas abominações atingem principalmente o mercado asiático, de algumas partes da Europa - provavelmente o leste, mais pobre - e, claro, a América Latina. Afinal, quem não conhece alguém que tenha um HiPhone?

Problema é que estamos dando muito dinheiro para os chineses e para quem contrabandeia esses produtos ao Brasil. Entendo que seja tentador: quem não quer um aparelho com suporte a dois chips, função de TV e aplicativos? Mas deixa eu explicar: o dual-sim é funcional, mas a recepção do sinal não; a função de TV NÃO é digital, o que vai garantir muitos chuviscos (SE pegar) e os aplicativos são todos em Java, o que qualquer celular barato atual suporta.

Smartphones reais possuem um sistema operacional como o Windows do seu computador - são softwares que suportam rodar outros programas, possuem até atualizações constantes (a menos que você seja o infeliz proprietário de algum Android mais antigo) e são construídos com memória suficiente para essas tarefas adicionais. Eu ainda incluiria outro item na categoria: são aparelhos celulares que possuem acesso à internet via Wi-Fi ou 3G (ou ambos) com navegadores. De outra forma, são completamente inúteis.

Então não vale a pena comprar esses falsiês na Sta. Ifigênia? EU acho que não. Prefiro não ter algo ou pagar mais caro (às vezes nem tanto) do que me sentir enganado com produtos que prometem muito, mas que entregam muito pouco e ainda nos enganam. Prefiro pagar R$ 550 num Samsung Galaxy 5 com Android 2.1 do que R$ 280 num HiPhone que daqui a um ano estará no lixo. Mas entendo quem prefira fazer o contrário - afinal, até mesmo o design influencia na hora da compra.

Não que eu ache justo pagar os impostos abusivos praticados por aqui. Não é também que eu não entenda que para a imensa maioria da população, R$ 240 a mais é muita coisa mesmo (pra mim também é, claro, mas considero dividir em parcelas). Mas também não acho justo pagar por um produto de 5ª categoria, sem garantia (30 dias não é garantia), e ainda ouvir comerciantes se achando injustiçados por existir um projeto para dar uma melhoria na decadência da região central de São Paulo. Ou então que vendam produtos que não sejam piratas, KIRFs ou algo do tipo que enganam o consumidor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pequeno manual dos bons modos da web



Às vezes é difícil entender como as pessoas lidam com sua vida virtual. Digo isso porque o Big Brother acabou de começar e já tem gente no Twitter reclamando como se fosse o fim do mundo. E isso é um pouco esquisito, pois acabamos de sair de um ano com eleições com segundo turno que colocou o microblog como meio para toda a sorte de idiotices proferidas contra candidatos, eleitores e até mesmo pobres nordestinos como eu.

Mas claro, a falação sobre eleições também veio com reclamações. Mas e o futebol, que tem o ano todo e gera um monte de comentários fervorosos e até brigas? E isso porque só há espaço para 140 caracteres.

Fosse a vida normal, como seria? O cara iria deixar de falar com os amigos que gostam de Big Brother? Teriam de se abster de rodinhas de conversa no bar por conta de discussões acaloradas sobre futebol ou política? Deixariam de querer olhar o mais novo iPhone que o cara comprou nos Estados Unidos?

Seguinte: eu trato a vida virtual quase como na vida "regular" (claro, com suas ressalvas em pontos pertinentes - não preciso responder a qualquer pessoa em tempo real). Não saio arranjando briga por nada, não fico bancando o troll só para irritar outros (afinal já faz um tempinho que não tenho mais 12 anos), não sou grosso com pessoas desconhecidas e não deixo ninguém no vácuo. Não acho tão difícil fazer isso, mas parece ser complicado para a maioria - o poder do anonimato e da segurança de se estar do outro lado da tela do PC é forte, reconheço.

E é o seguinte: eu gosto do Big Brother, do Guns N' Roses, de lançamentos da Apple, de eleições, de futebol... Não gostou, é bem simples: o Unfollow provavelmente já deveria ter sido acionado há algum tempo. Se não quer deixar de me seguir, que ao menos pare de reclamar - afinal, isso não deixa de ser trollagem.

Ah, a imagem da Talula é apenas para ilustrar (bem) o post. :)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Todos querem um iPad


Todo mundo que tem um blog de tecnologia quer falar da Apple. Isso acontece por motivos simples, como pagação de pau e, mais provavelmente, a certeza de que ao menos algum fanático pela marca vai acabar clicando e dando mais audiência. É meio como a Sônia Abraão falando de algum famoso com problemas com dorgas (sic) ou mesmo com o além.

Mas existe algo que vem crescendo: a busca pelo iPad. O tablet, lançado no começo de 2010 (no final do ano chegou ao Brasil) com muita pompa, foi um divisor de águas no nicho do mercado. Muita gente reclamou horrores por ele ser "um iPhone grande", outros acharam que era a salvação para 2012 e que os novos Mandamentos seriam escritos no teclado virtual do quadradinho mágico de Steve Jobs.

Bom, independente de quem amou ou odiou, o iPad foi um sucesso. Prova disso é que o mercado em breve será inundado por uma enxurrada de tablets concorrentes (além do já lançado Galaxy Tab, da Samsung) equipados com os sistemas operacionais Android, Windows 7 (com grandes chances de flopar bonito) e mesmo o BlackBerry OS (da própria fabricante).

A feira de eletrônicos CES 2011, que começa nesta semana, já é um outro sinal divino de que o pessoal tá ouriçado. E uma centena de promoções na internet (principalmente no Twitter) já se propuseram a dar um iPad de presente, confirmando a alta demanda. E quem pode viajar para as gringas, aproveita para trazer o brinquedinho consigo. E isso tudo porque estamos em vias de ter a nova geração do aparelho revelado pelo Steve Jobs no final de janeiro!

Então, tome isso como lição: quem diz que não gostaria de ter um tablet é porque nunca viu um iPad de perto. Se insistir, é porque na verdade tem inveja de sua vida e quer comer sua namorada. Ok, mentira, mas provavelmente querem no íntimo um iPad (e, quem sabe, a sua namorada também). E daqui a alguns anos, provavelmente será um aparelho tão comum para os brasileiros (de classe média, a menos que a presidente Dilma intervenha) como é hoje um notebook. Ou você imaginava em 2007 que todo mundo iria querer ter um iPhone ou smartphone com acesso à web?