segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Redes sociais e Charles Darwin: tudo a ver


Parece incrível, mas já fazem 12 anos que mexo nessa novidade chamada internet. Comecei utilizando o e-mail em um cliente chamado Eudora e uma conexão discada da Elógica (antigo provedor pré-bolha em Recife) roubada do escritório do meu pai. E comecei com fins sociais, para comunicação.

Logo veio o mirc32, um programinha que utiliza a rede IRC (ainda ativa) para bate-papos. Apropriando-se do conceito de salas, era possível encontrar pessoas com interesse em comum. No meu caso, passei a usar com o pessoal do meu prédio e do colégio e, logo depois, com amigos da faculdade (como o @calhau). Foi muito útil na hora de editar meus primeiros textos colaborativos e passar madrugadas falando bobagem.

Em seguida veio o MSN, hoje chamado de Windows Live Messenger. Foi uma transição natural, ainda mantendo contato com as pessoas do meu colégio e da faculdade. Mas aí já estava deixando de lado pessoas que conheci no IRC.

Então uma rede social propriamente dita apareceu: o Orkut, com a exigência de convite. O uso no começo foi um pouco tímido, mas logo passei a visitar o site de relacionamentos do Google com afinco. Revi muitos colegas da minha infância e adolescência por lá, assim como fiquei sabendo das tristes notícias da morte de um amigo dessa época e, pouco tempo depois, o fim do meu colégio (o Nóbrega, em Recife, que era da ordem dos Jesuítas).

Até que eu precisei parar. Estava ficando realmente viciado, passei a ter contas fakes para me divertir (a @reginacelia, @cdiurno e o @apedros me conheceram nessa época), mas já estava na hora de desintoxicação. Coincidiu que eu comecei a me estruturar para vir para São Paulo tentar a sorte.

Fast foward um pouco. Somente em 2009 que eu comecei a voltar para redes sociais, me registrando no Twitter e no Facebook ao mesmo tempo. Engraçado que nessa transição eu perdi o contato com muitas pessoas, algumas das quais eu julgava como amigas. Outras, para minha sorte, aceitaram minha volta às redes sociais (como os quatro citados acima).

A sabedoria de Darwin

No final das contas, eu vejo meu amadurecimento (ou algo parecido com isso) coincidindo um pouco com o das redes sociais. Se antes era algo para quem tinha tempo sobrando, hoje é para uma comunicação mais objetiva, mesmo que seja para falar as bobagens de sempre. E sem ninguém enchendo o saco, pedindo atenção para diálogos que mais pareciam monólogos. Claro que há os joguinhos do Facebook, mas enfim...

Não me incomoda tanto que algumas amizades tenham ficado para trás. De repente, com a evolução das redes, a tecnologia deu seu jeito de fazer a seleção natural que aconteceria naturalmente com a passagem do tempo e, no meu caso, também a distância.

Isso me lembra o Alexandre. Ele era amigo meu na época do Jardim I até a Alfabetização (rá!). Após esse período, eu fui estudar no turno da manhã e perdemos o contato. Voltei a vê-lo na quinta série, e sempre falei com ele meio que fazendo festa por rever um velho companheiro. Isso até um dia em que estávamos em um show no Pátio de São Pedro e ele me repreendeu: "Bruno, toda vez que me vê você fala que somos amigos há X anos, né? Aff..". E eu: "aham". Notei naquela hora que o melhor que eu tinha a fazer é ignorar mesmo e cuidar da minha vida. Desde então, fiz questão de não o adicionar em nenhuma rede social ou comunicador instantâneo. Obrigado por me lembrar que as pessoas mudam e ficam babacas. :)

3 comentários:

  1. Quem diria? Os dinossauros viraram aves e agora twittam.

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  2. Perfeito. É a história recente das redes sociais e é um pedaço da história de cada um de nós. Eu também acredito que as pessoas são na vida como são na rede.

    Queria ter escrito esse texto! Inveja¹²³ =X

    (Reginacelia)

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