quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Saiba o que Dilma, Serra e Marina pretendem fazer com sua internet


No começo da tarde desta quarta-feira (18), um importante passo para o futuro da internet brasileira foi dado no Tuca, o teatro da PUC, em São Paulo. O Universo On Line (UOL, para os íntimos) realizou o debate entre os três principais presidenciáveis (Dilma, Serra e Marina Silva) com transmissão exclusiva pela internet pela primeira vez no Brasil.

Nunca antes neste país houve um evento político dessa magnitude na web. Foi perfeito? Nah, longe disso. As amarras das assessorias dos próprios candidatos dificultam muita coisa, mas já foi uma experiência melhor do que na TV.

A transmissão, embora ainda no padrão de baixa resolução de sempre, ocorreu sem maiores problemas na qualidade de áudio e vídeo. Ainda melhor foi a codificação de vídeo em HTML5 na versão mobile do site, o que dava garantia de suporte aos dispositivos iOS (iPhone, iPod Touch e iPad), permitindo conferir o debate via rede 3G ou Wi-Fi sem maiores problemas.

Mas que planos os candidatos oferecem para o futuro da internet no Brasil?


Propostas




A petista Dilma ressaltou o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), um projeto capenga que promete dar acesso a quem ainda utiliza conexão discada uma internet menos século passado. Na verdade, é um plano louvável, não fosse o fato de que não só a velocidade (de 784 e 512 kbps), mas também a qualidade (por meio de uma rede de fibras ópticas da Eletrobás) são de gosto duvidoso. O valor ficaria entre R#10 a R$ 35, segundo nota datada de maio deste ano no site da candidata.

Até seria de bom tom se aprofundar em seu plano sobre como pretende fazer isso - ou ao menos confirmar essa rapidez de velotrol. No entanto, seu site simplesmente não exibe nada sobre o tema (e nem os demais, já que os links para o programa de governo não levam a lugar algum). Ficamos então com a versão da notícia publicada na própria página.

O tucano José Serra, por sua vez, atacou esse ponto vulnerável dos planos para a internet brasileira com promessa de "um projeto muito mais ambicioso". Pelo site do candidato, não há explicação sobre quanto se pretende investir, a não ser uma vaga intenção de "instalação de rede de infraestrutura (fibra ótica) para suportar o crescimento do acesso, que depende de elevados investimentos". Ah tá.

Na verdade, o próprio Serra ressalta o plano de banda larga popular de São Paulo, que oferece conexões de 256 kbps pelo preço máximo permitido de R$ 29,90. Segundo as regras, as operadoras podem oferecer até 1 MB - coisa que ninguém faz, claro. Mas se ele diz que pretende oferecer uma internet muito mais rápida do que a da Dilma, imagina-se que seja de 1 MB. Negócio é fazer isso em âmbito nacional quando nem na região metropolitana de São Paulo ele conseguiu.

Proposta semelhante segue Marina Silva, com o Programa Internet para Todos, que pretende "estender a rede de velocidade rápida, além de 1 Mbps, seja via linha telefônica fixa, celular, cabo de fibra ótica, eletricidade ou outra forma de acesso sem fio".

A velocidade certamente é muito mais aceitável como banda larga, mas como conseguir isso? De acordo com o plano da candidata do PV, com o "incentivo de crédito de longo prazo, bem como da desoneração fiscal dos mesmos em relação a impostos como Fust, PIS, Cofins e IPI, que correspondem a 42% das tarifas de telecomunicações". Legal na teoria, mas na prática isso passaria facilmente pelo congresso?

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Com essas informações em mãos, avalie. E é bom você escolher bem em quem vai votar. Porque não adianta nada reclamar por pagar tão caro para ter uma velocidade e qualidade de conexão tão ruim.

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